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domingo, 25 de setembro de 2011

Victor Hugo


História: A grife Victor Hugo tem esse nome por causa do seu criador que se chama Victor Hugo mesmo e tem como outros sobrenomes Alves Gonzalez. Aos 50 anos, o ex-hippie uruguaio só tem motivos para comemorar a decisão tomada na década de 70, quando deixou a fazenda dos pais para “buscar novos horizontes”. No melhor estilo da época, desembarcou no Brasil com muitos planos e nenhum dinheiro. Foi vender jóias de prata (que fazia em casa) na Praça General Osório, no Rio de Janeiro, onde montava sua barraquinha todo final de semana, e na Praça da República, em São Paulo, onde aparecia eventualmente. Nos outros dias, carregava seus produtos nas costas e visitava cabeleireiros, galerias de arte e todos os lugares onde pudessem existir boas clientes.
Bonitão e bom de papo, foi conhecendo as pessoas certas e ganhando freguesia. Hoje, tem duas fábricas no Rio de Janeiro, vinte lojas próprias e 24 licenciadas e 2 100 funcionários. Declara um faturamento anual de 50 milhões de dólares. “Quando cheguei ao Rio, artesanato era moda e eu fazia jóias caras. Meus clientes sempre foram artistas e grã-finos”, lembra. “Eu vivia como os clientes, gastava muitíssimo e nunca sobrava dinheiro.”
O estilo incluía um lado globe-trotter, com viagens freqüentes a Ibiza, Saint-Tropez, Paris e Londres, onde ele garante que conseguia se sustentar vendendo jóias. Nessas andanças, aprendeu várias línguas – fala fluentemente italiano, francês e inglês, além do espanhol original e do português –, conheceu muita gente e ampliou o leque de clientes. Conta que foi quando se preparava para uma dessas viagens que notou que, no Brasil, não havia malas ou bolsas de boa qualidade. Pronto: a barraquinha mudou de ramo.
A primeira bolsa Victor Hugo era uma espécie de baú com duas alcinhas. Seguindo o mesmo conceito das jóias, passou a fazer bolsas exclusivas, artesanais e, lógico, caras – uma bolsinha de couro custava o equivalente a 300 dólares. Depois de vender de porta em porta, Victor Hugo passou a produzir pequenas coleções para lojas conhecidas, como Elle et Lui, Krishna e Via Veneto.
Com a marca mais ou menos firmada, Victor Hugo aposentou a barraquinha, montou uma fabriqueta e abriu a primeira loja em Ipanema, em 1975. Daí para frente cresceu sem parar, sempre fincado no nicho dos produtos de luxo – o preço médio de uma bolsa Victor Hugo é 500 reais, podendo chegar a 1 200 cobrados por um modelo de couro de avestruz.
Enquanto os portos nacionais estavam fechados à importação, reinou sozinho, com bolsas notavelmente semelhantes às das grandes grifes internacionais – característica que ele mesmo reconhece. “Como eu era a única referência, não tinha nenhum problema minhas bolsas serem parecidas”, diz. Mas ressalva: “Agora que estão chegando todas, tenho de fazer mais produtos personalizados”.
        Valores: A grife Victor Hugo vende junto com suas bolsas o “alto luxo”. Estas são as palavras   que definem essa marca de bolsas e acessórios que gera tanto desejo de consumo nas mulheres. O  alto luxo é uma junção desses outros conceitos também presentes na marca: a superioridade, o glamour e a elegância da Victor Hugo fazem com que ela seja considerada uma marca de luxo e venda isso para as suas clientes como algo que está acima de tudo e de todos, um valor pessoal que se transfere da bolsa para a mulher.

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